segunda-feira, maio 23

Professora no Plenário em RN

DO SONHO PROFISSIONAL À REALIDADE DA SALA DE AULA

Realmente, eu concordo com a vergonha em que se encontra a Educação de nosso país.  É dificil acreditar que ainda "pagamos" tanto para os deputados e eles se esquecem de quem os ajudou a chegar lá (muitas vezes, é claro).

Veja esta matéria que eu retirei do bllog Reflexões, um pouco mais sobre a corajosa e determinada Professora Amanda Gurgel, e veja também seu discurso no Plenário.
É num país assim que vamos receber uma Copa? Que vergonha, eu apoio e gostaria que todos vocês leitores apoiassem também, vamos juntos nesta causa !!

E quero pedir a todos que ajudem numa manifestação via Twitter, twittando mensagens com a #10porcentodopibja.




Amanda Gurgel é uma militante nata. A professora de Língua Portuguesa que chamou a atenção do país inteiro depois que o seu discurso em uma audiência pública na Assembleia Legislativa do Estado foi publicado no Youtube, já foi dirigente do Centro Acadêmico de Letras e do Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Logo nas primeiras assembléias do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinte/RN) das quais participou, assumiu a postura de oposição e no ano passado se filiou ao Partido Socialista do Trabalhadores Unificado (PSTU). Aos 29 anos, Amanda leva uma vida simples como a maioria dos professores do país: sai de casa às 5h50 e só retorna às 23h, pega três ônibus para chegar ao trabalho, estuda à noite, e tem pouco tempo e dinheiro para lazer.

Depoimento feito pela docente na Assembleia retrata "situação-limite" da categoria Foto:Fábio Cortez/DN/D.A Press
Aos quatro anos perdeu os pais em um acidente de carro e foi morar no interior da Bahia com parentes. Voltou para Natal para cursar a faculdade de Letras na UFRN. Morou na residênciauniversitária e trabalhou durante todo o curso para se manter. Amanda é professora desde os 21 anos. O primeiro trabalho foi no cursinho pré-vestibular do DCE, fase que ela descreve como a melhor da sua carreira. "Era um projeto social e é uma experiência diferente, o perfil dessas turmas é de pessoas realmente interessadas e que estão em um nível de leitura e escrita que você consegue desenvolver um bom trabalho".

Segundo ela, o grande choque com a educação veio quando assumiu uma turma do 6º ano em uma escola municipal de Natal. "A minha maior frustração foi quando entrei na sala de aula para o nível fundamental, em 2005. Eu vi que os alunos do sexto ano não tinham a menor proficiência para estar nessa série, eram alunos analfabetos", recorda.

O sonho de ser professora nasceu no cursinho pré-vestibular. Amanda admirava as aulas da professora Claudina e sonhava em ser como ela. "Ela era uma professora indescritível. Eu olhava para ela e pensava 'é isso que eu quero fazer na minha vida'. Então me tornei professora", contou. Mas e hoje, o que aconteceu com esse sonho? "Eu não sei dizer o que aconteceu com o meu sonho, mas ele não é mais o mesmo, definitivamente. Eu estou em uma fase de avaliação, estou refletindo", disse. A desmotivação vem, segundo ela, dos baixos salários, da falta de condições de trabalho e do analfabetismo dos alunos.

A vida corrida, o desgaste diário e a desvalorização da profissão, renderam a Amanda um problema de saúde que ela prefere não revelar, mas que foi responsável por seu afastamento da sala de aula. Hoje, trabalhando na Escola Municipal Professor Amadeu Araújo e na Escola Estadual Miriam Coelli, ela atua na biblioteca e no laboratório de informática. "Estou em fase de readaptação de função, fora da sala de aula. Assim como eu, existem muitos professores com problemas de saúde em decorrência do nosso trabalho", afirmou.

Qual a sua opinião sobre a Educação em nosso país? 


(Fonte: Refllexões )
Fernanda Zauli
 

2 comentários:

  1. Parabéns pela coragem, sou professora e sou mais uma que trabalha 60 horas, pra poder conseguir pagar as contas no final do mês, pego 3 ônibus por dia pra trabalhar, trabalho em 6 escolas diferentes, não tenho tempo nem pra tomar banho direito, muito menos preparar conteúdos atrativos para meus alunos. Estou em greve sou de Santa Catarina. Estamos apenas lutando pra termos um salário digno. Pois além de tudo ainda pago minha faculdade a qual terminei a 3 anos e ainda não sei quando vou conseguir me livrar dessa divida. E depois que assisti seu depoimento voltei a acreditar que a educação pode melhorar.

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  2. Parabenizo-a pela sua coragem,e digo que devemos lutar também para que as avaliações em sala de aula não sejam consideradas uma ofensa ao aluno e sim uma forma de avaliar as habilidades que ele conseguiu desenvolver e de revermos a nossa didática, estive participando de uma palestra ontem em minha cidade onde a palestranda focou que reprovar um aluno que não alcançou os objetivos propostos é uma ofensa e não uma nova chance para que esse aluno aprenda o que ainda não aprendeu, "é o que os nossos governantes querem, mostrar resultados de aprovação sem se preocupar se os alunos tem condição de receber uma aprovação" foi por esse motivo que você encontrou um 6º ano analfabeto e é por isso que eu tenho que fazer dois planejamentos para os meus alunos do 6º ano, tenho que atender as necessidades da turma e a de um aluno chamado Deyson que mal sabe ler e escrever e foi aprovado mesmo assim, e da maneira muitos colegas meus tem que tomar o mesmo procedimento. Enquanto nós não conseguirmos mudar essa realidade os resultados das avaliações externas continuaram insatisfatórios e a culpa sobrecai sobre nós, é como você disse: não somos os redentores da educação. Se um aluno não aprendeu até o 5º ano as quatro operações fundamentais como vou conseguir seguir o meu planejamento normalmente com esses alunos no 6º ano, eu teria que ensiná-los primeiro a operrar. E o conteúdo do 6º vai ser visto em qual ano? A educação deve ser uma parceria entre profissionais da educação e governantes, e não apenas os governantes ditarem regras e nós simplesmente segui-las.

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